A cefaleia é um processo doloroso referido no segmento cefálico, que pode originar-se em qualquer das estruturas faciais ou cranianas.
As cefaleias podem, de uma maneira geral, ser classificadas em primária ou secundária. As primárias não estão associadas a anomalias estruturais. Por outro lado, as secundárias são decorrentes de variadas causas, sendo, este, um dos motivos da importância da avaliação de um Neurologista.
Vamos abordar a principal queixa no consultório: a enxaqueca!
De uma cruz que alguns carregam desde a adolescência a uma preocupação nova surgida inesperadamente na vida adulta em um paciente previamente assintomático, a enxaqueca é uma doença altamente incapacitante. Aliás, estamos falando da doença que mais gera perda de dias de trabalho no mundo.
Seus sintomas são: dor de um lado da cabeça, de característica latejante, de moderada a forte intensidade, associada a náuseas, vômitos, intolerância a luz, perfumes, barulho e, às vezes, ainda acompanhada de tontura.
A boa notícia é que na maioria das vezes conseguimos resultados fantásticos com protocolos relativamente simples e aqui divido em 3 pilares:
- Tratamento não farmacológico
- Tratamento medicamentoso cujo objetivo seja PREVENIR uma nova crise
- Tratamento medicamentoso ABORTIVO de crise.
Vamos para o tratamento não farmacológico,
A atividade física moderada regular é de extrema importância e meus pacientes são sistematicamente encorajados a iniciar.
Apesar de a alimentação não estar diretamente associada à origem enxaqueca, atualmente acreditamos que ela possa possuir um importante papel como “gatilho” da crise. A dica é: conheça seu corpo. Se houver algum alimento que não lhe caia bem, melhor evitar (ao menos os excessos).
O tratamento medicamentoso profilático deverá ser individualizado conforme as necessidades do paciente e caso os sintomas estejam causando grave incapacidade a ele. Temos em nosso arsenal, medicamentos como betabloqueadores (propranolol), bloqueadores de canal de cálcio (flunarizina), antidepressivos tricíclicos (amitriptilina), antidepressivos duais de receptação de serotonina e noradrenalina (venlafaxina), topiramato, toxina botulínica, anticorpos monoclonais e muitos outros.
E o que fazer no momento da crise?
Para reduzir a necessidade de idas ao pronto socorro, podemos deixar à disposição dos pacientes medicamentos analgésicos como dipirona, paracetamol, anti-inflamatórios como o ibuprofeno e, medicamentos antieméticos, se necessário.
Caso nenhuma das medidas acima enumeradas sejam capazes de abortar sua crise, ou caso você apresente uma dor de cabeça diferente das demais que você esteja habituado a ter, procure um serviço de pronto atendimento em Neurologia.
Existem dezenas de tipos de cefaleias e o reconhecimento e tratamento corretos só poderão ser realizados por um profissional bem qualificado. Não se automedique, você pode até mesmo agravar a sua dor (dica do Neuro que vos fala).
Fico por aqui,
forte abraço!